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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Policiais Federais(Agentes, Escrivães e Papiloscopistas), ameaçam fazer operação padrão parando os seguintes serviços: só ir ao local dos crimes se um delegado. Não pilotar aeronaves porque não consta na cartilha, não trocar pneus, não entra em carros sem documentação em dia, não usar armamento sem manutenção. E não descartam a possibilidade de uma greve geral por tempo indeterminado! Veja porque.

Mal-estar na Polícia Federal mesmo após MP

Correio Braziliense

Publicação: 18/11/2014 08:14 Atualização:

O clima de tensão na Polícia Federal (PF) continua, mesmo depois da aprovação no Congresso da Medida Provisória (MP) nº 657/2014, que destina exclusivamente a delegados da corporação o posto de diretor-geral do órgão. Insatisfeita com a decisão, a Federação Nacional dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas da Polícia Federal (Fenapef) ameaça decretar operação-padrão por tempo indeterminado. Além disso, a entidade informou que pode pedir aos filiados que entreguem os cargos de chefia que ocupam.

Em nota, a direção da PF afirmou não acreditar na entrega em massa de funções de chefia. “Ainda que alguns cargos sejam disponibilizados, não haverá qualquer prejuízo à população”, diz o documento. Já o diretor da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, minimizou os protestos e lembrou que nenhum policial pode deixar de cumprir as obrigações. “A entrega de chefias é mais simbólica do que efetiva”, afirmou. “Com a decisão do Congresso, acabou a discussão. Vamos voltar à realidade.”

A Fenapef realiza assembleia nesta terça-feira (18) para ratificar as decisões. Caso a operação padrão seja aprovada, os agentes pretendem seguir ao pé da letra os procedimentos recomendados no manual da corporação, o que atrasaria as investigações policiais. A Fenapef alega que, com a MP, o comando total da corporação ficará exclusivamente sob a tutela “dos escolhidos do governo”.

Cartilha

 “Não vamos fazer nada fora da lei. Apenas respeitaremos a cartilha”, disse o presidente da representação sindical, Jones Leal. “Agora, só iremos ao local dos crimes se um delegado nos acompanhar. Não pilotaremos aeronaves porque não consta na cartilha, não trocaremos pneus, não entraremos em carros sem documentação em dia, não usaremos armamento sem manutenção. E não descartamos a possibilidade de uma greve geral por tempo indeterminado”, desafiou.

De acordo com Leal, não há delegados em número suficiente para preencher os cargos de chefia. Dos 14 mil servidores da PF, apenas 1,7 mil são delegados e, desses, em torno de 650 ocupam cargo dessa natureza.

Em nota, a Fenapef informou que “a situação interna da PF passa pela pior fase de convivência entre os cargos”. Segundo o vice-presidente da entidade, Luiz Boldens, há temor de confronto. “A federação está tendo muito trabalho para controlar os ânimos. Todos estão quietos e muito tensos. Se alguém tentar se vangloriar ou aplicar leis absurdas, pode romper o silêncio. Tememos consequências drásticas”, disse ele.

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